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11 August 2016 Written by  Prodrive

Prodrive found Atlantis [Pico]

Semana de Geocaching pelo grupo central Açores (Pico, Faial, S. Jorge e Terceira) na companhia da Lusitana Paixão, Mafilll e Alpha Oscar.

Quarto dia de Geocaching pelo Pico, totalmente dedicado à subida ao Piquinho, desde a Casa da Montanha.

Esta subida era já um sonho antigo. Há já vários anos que olhava para esta cache e para este desafio como o ultimate challenge de Portugal.

Chegar ao topo do ponto mais alto de Portugal e encontrar esta GC6 que era uma das 6 activas que me faltavam encontrar em território nacional era um desejo já com vários anos, basicamente desde que tropecei no listing quando comecei a praticar Geocaching, há 10 anos atrás.

Quando este ano o PCardoso (owner original da cache) confirmou que iria fazer nova subida ao Pico desta vez com o pequeno Diogo, soubemos de imediato que esta era uma oportunidade única de subir com a melhor das companhias. Era mesmo uma oportunidade que não poderia ser enjeitada.

Com bastante preparação e muito entusiasmo chegámos ao dia D. A logística para acampar e pernoitar na caldeira para ver o nascer do sol do a partir do Piquinho implicou maior logística e uma mochila com 11 kilos de material a carregar às costas.

Por volta das 15 horas o grupo de 9 pessoas (mim, Lusitana Paixão, Mafilll, Alpha Óscar, PCardoso, Clara, Diogo, Álvaro e Guida) encontrou-se na Casa da Montanha, e após cumprir as formalidades de registo e visualização do video estávamos prontos para iniciar a caminhada.

Saímos da Casa da Montanha às 15.30 horas. Íamos tão entusiasmados que acabámos por ignorar a cache logo à saída, que conseguiríamos registar apenas no regresso.

Os primeiros metros são basicamente de adaptação, quer ao terreno, quer ao peso que carregamos. A sensação de conforto que nos invade, faz-nos acreditar que vai ser uma jornada pacífica.

Pelo meio está um trilho bastante bem marcado com 47 estacas numeradas que indicam o caminho. A partir da terceira conseguimos sempre avistar a seguinte se houver boa visibilidade. Ao todo são cerca de pouco mais de 3,5 kms, com um desnível a vencer de 1221 metros, desde os 1230 da Casa de Montanha até aos 2351m do Piquinho.

O dia estava perfeito para a subida. Tivemos alguma nebulosidade até mais de metade do percurso, protegendo-nos bastante do sol que depois abriu, revelando uma magnífica paisagem debaixo dos nossos pés.

Fizemos uma única paragem para comer, sensivelmente a meio caminho, na estaca 23, e ao fim de 3 horas, estávamos a entrar na magnífica caldeira do vulcão.

O primeiro grande impacto é mesmo o tamanho do Piquinho que ainda tínhamos por vencer. Lá de baixo parecia bem mais minúsculo e chamar Piquinho a um monstro daqueles só se compreende quando comparado com a montanha mãe.

Seja como for, esse era um "problema" a resolver mais tarde. Era agora tempo de nos instalarmos e de montar as tendas para pernoitar, enquanto havia luz solar.

Terminado o ritual de montagem da tenda era agora tempo de subir até ao Piquinho e desfrutar da imensidão que estava debaixo dos nossos pés. O tempo estava limpo e a visibilidade era quase total.

A conquista deste último troço é porventura a mais complicada. A inclinação é maior e o terreno tem muita rocha solta. Seguindo as recentes marcações do trilho e aproveitando sempre que possível a rocha mais sólida, 15 minutos depois já estamos no topo, com um enorme sorriso nos lábios e uma grande sensação de conquista.


WOW! Como é bela a vista cá do alto. Para trás estava já todo o cansaço e todo o esforço despendido. Já tudo estava esquecido e aquele momento de pura satisfação absorvia todos os sentidos.

Ao longo da vida já tive inúmeras sensações de conquista mas esta parece ter superado todas as outras. Não que tenha sido mais difícil ou mais suada que outras, aliás, foi muitíssimo mais simples do que imaginei, mas creio que por ter sido tão desejada e tão ansiada teve um sabor muito mais especial.

Feitas as fotos da praxe e depois de saboreado devidamente o momento, era agora tempo de partir no encalço da cache que estava mesmo ali, à mão de semear. Mas que enorme prazer cravar as unhas naquele log-book. Um dos maiores desejos do Geocaching finalmente cumprido.

O tempo era agora de apreciar o pôr-do-sol, um dos melhores de sempre e depois aconchegar o estômago para tentar dormir algumas horas, uma vez que a alvorada estava marcada para as 5 horas da madrugada, para voltar a subir ao Piquinho para ver o nascer-do-sol mais desejado de sempre.

É de facto um momento indescritível. Começa por subir o Piquinho debaixo de um manto negro e às escuras. O frio no topo, de madrugada entra nos ossos. Apesar de estar uma noite relativamente amena, o vento gela um pouco. Valem as furnas quentes a libertar calor para nos aconchegar. Um licor de amora aquece-nos onde o calor das furnas não chega.

Pouco a pouco a linha do horizonte começa a clarear. Primeiro num tom ténue de laranja que ao longo da madrugada se vai intensificando, até que o ponto de luz amarelo torrado surge de rompante no horizonte, num só instante.

WOW! O mar de gente que entretanto se juntou para assistir soltou um WOW colectivo, no momento em que o sol rasgou o céu. É um fenómeno tão vulgar que acontece todos os dias, mas naquele momento, naquele local é algo que fica para sempre gravado nas nossas memórias.

Naquele instante, as máquinas fotográficas disparam, como se a maior estrela de futebol se tivesse detido diante dum mar de paparazzi. Ninguém queria perder aquele momento e registá-lo em fotografia seria quase como mantê-lo para sempre, assim, inerte, para ser saboreado até ao fim dos dias.

Que magnífico momento. Depois deste surgiram muitos outros e muitas mais fotos, sempre tentando captar a melhor luz, o melhor ângulo, a melhor perspectiva, o maior contraste. Um ritual transversal.

Era agora tempo de nos despedirmos daquele local e daquele momento mágico. Descida até ao acampamento base e desmontar as tendas para nos fazermos ao caminho. A descida é tão demorada quanto a subida e inspira um pouco mais de cuidados. As mesmas 3 horas que demorámos na subida, foram gastas na descida, com a mesma paragem estratégia na estaca #23 para aconchegar o estômago e descansar um pouco.

No final, uma enorme sensação de missão cumprida. A alma cheia por tão maravilhosa epopeia. Uma jornada de Geocaching que não se esquece. Um Voto de Favorito é um modesto e singelo agradecimento por tamanha conquista. TFTC. TNLN.

Team Prodrive



2 comments

  • Comment Link Joaquim Safara 11 August 2016 jasafara

    Podias era ter levado um t-shirt Geopt em vez de uma com a bandeira da Turquia :)

  • Comment Link Joaquim Safara 11 August 2016 jasafara

    É sem dúvida uma sensação única!
    Belo log.

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