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04 April 2016 Written by  Love

From Geocaching HQ with Love – Monte Fugi

Tinha ouvido que Agosto é a pior altura do ano para viajar para o Japão. Então o que fiz? Marquei as minhas duas semanas de férias no Japão para o final de Agosto. Naturalmente, a única razão pela qual faria algo tão tolo seria o geocaching. Também queria escalar o Monte Fuji e o período para fazê-lo em segurança termina mais ou menos nessa altura. 

Depois de trocar milhas de voo por um bilhete gratuito para Tóquio, comecei a planear a minha grande aventura. Sabia que precisaria de ajuda de alguns locais, por isso procurei todos os contactos que conhecia no Japão. Depois de alguns meses de planeamento, decidi-me juntar a um grupo de geocachers locais no evento GC5VHCG – um evento CITO que teria lugar no Monte Fuji. Todos os anos um grupo de geocachers japoneses fazem a caminhada com o objectivo de limpar o lixo na montanha.

Embora se possa subir ao topo e voltar num dia de viagem, o grupo queria desfrutar do nascer do sol no topo da montanha, por isso seria uma aventura com direito a pernoita para nós. Deixámos Tóquio às 8 da manhã e às 11 estávamos no início do trilho. Éramos 11 no total. Embora apenas 3 de nós falassem Inglês e eu conhecesse apenas quatro palavras de Japonês, tivemos muitos poucos problemas em nos entendermos ao longo do caminho.

Começámos a caminhada e fomos recebidos pela saudação de “Konnichiwa” de cada montanhista por quem passámos ao longo da caminhada. Como a temporada de subida ao Monte Fuji é muito curta, existiam muitos montanhistas a subir e a descer a montanha. As nuvens estavam baixas e caía uma névoa, e por isso não fomos agraciados com grandes vistas nas primeiras horas do passeio.

A subida ao Monte Fiji é dividida em estações, que naturalmente fornecem bons pontos de descanso a cada 45 minutos. Começámos na 5ª estação (2400 metros) no Trilho Fujinomiya e tinha reservado uma cabana na estação 9,5 para passar a noite. O objectivo era alcançar esta estação cerca das cinco da tarde, jantar e ir para a cama cedo. Tínhamos de nos levantar antes do amanhecer e acabar a última meia hora de caminhada até ao cume para ver o nascer do sol no topo.

Já fiz um monte de caminhadas ao longo da vida e tenho de dizer que, é muito raro encontrar locais em que se vendam snacks, água ou mesmo cerveja a meio da caminhada! Cada estação no Monte Fiji tem isso mesmo, bem como equipamento de montanhismo, lembranças ou mesmo apenas um lugar quente e seco para descansar. Por 200 ienes (€1,50), podes até usar uma casa de banho.

A maior parte da subida faz-te sentir como se estivesses a caminhar numa paisagem marciana. Para onde quer que olhes, existem belas rochas vulcânicas, bem como solo, vermelhas e negras. Fizemos a rota mais curta e mais íngreme da montanha. Alguns consideram este como sendo o percurso mais fácil pois, como aprendi, as outras rotas tendem a estar cheias de tantas pedras soltas e cascalho que a cada passo que dás, deslizas pela encosta abaixo.

Por volta da 8ª estação, as nuvens mais altas levantaram e isso revelou uma vista espectacular de um dos lados do Monte Fuji, com um mar interminável de nuvens. Estes são os tipos de vistas que fazem com que tudo valha a pena.

Chegámos à estação 9.5 (elevação 3250 metros) como programado por volta das cinco da tarde. Daqui, conseguíamos ver o Torii (portão tradicional japonês) no topo. Quase que o conseguia alcançar e tocar, estávamos tão perto! Depois de nos instalarmos na nossa cabana e termos um comido uma bela refeição quente com cerveja, acomodámo-nos para a noite.

Acordei a meio da noite com sons de vento e chuva do lado de fora da cabana. Preocupava-me que a tempestade não se fosse embora até à altura em que fôssemos fazer a nossa tentativa de chegar ao cume.

As minhas preocupações tornaram-se realidade quando as pesadas rajadas de vento e chuva ainda se mantinham às 5 da manhã. Os trabalhadores na cabana avisaram-nos que as condições estavam ainda piores no topo e que não seria seguro para nós tentarmos chegar ao cume. O meu coração afundou. Tínhamo-nos esforçado tanto e estávamos tão perto. Com todo o planeamento e esforço para fazer esta viagem e subida possíveis, ser obrigado a dar meia volta por causa do mau tempo foi difícil de aceitar. Mas a segurança deve estar sempre em primeiro lugar.

Às vezes, numa aventura, não ganhas o “prémio” que tinhas definido originalmente, mas isso não é um problema. A viagem que fazes, bem como os amigos, e as memórias que guardas fazem tudo valer a pena. Agora só preciso de descobrir como poderei voltar e tentar atingir o topo novamente. Eu disse aos meus novos amigos geocachers que voltaria um dia. Afinal, as geocaches no cume ainda lá estão à minha espera!

 

Texto / Fotos: Annie Love

Artigo publicado na GeoMagazine#17. 



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