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ValenteCruz

ValenteCruz

Sunday, 15 September 2019 17:00

Mulhacén, no topo da Península Ibérica

A subida ao Mulhacén, o pico mais elevado da Serra Nevada e da Península Ibérica, era um projeto adiado desde que passamos na região há cerca de 10 anos atrás. De visita a Granada, tiramos um dia para este exigente empreendimento. Fizemos a abordagem desde Hoya de la Mora. É aqui que têm de ficar os carros, apesar de a estrada continuar. Será sobretudo para evitar que a confusão e a poluição visitem a montanha. Não existem carros, mas as bicicletas são às dezenas.

Quase no início da caminhada foi com curiosidade que encontramos um altar de pedra da Virgen de las Nieves, simples mas elegante, com vistas geométricas para o pico Veleta lá no alto. A subida até ao Refugio de la Carihuela é longa, cruzando várias vezes a estrada que serpenteia pela encosta, mas permite ganhar paulatinamente uma visão mais inteira para a serrania envolvente.

Quase a chegar ao Veleta arrisquei um desvio por um trilho escarpado até ao Cerro de los Machos, de onde se tem uma bela perspectiva do desafio para subir ao Mulhacén. Almoçámos no refúgio e prosseguimos pelo trilho, que depois se desenrola por alguns quilómetros planos. Porém, a primeira descida trouxe uma surpresa, ao decidirmos ir por um atalho que parecia muito atraente pela menor distância, mas que depois se tornaria desafiante por uma passagem vertiginosa num penedo onde foram colocadas algumas correntes de segurança.  

Chegamos ao último refúgio com a visão clara da linhas da subida íngreme desenhadas na encosta que se estendia à nossa frente até ao sobranceiro Mulhacén. Após uma parte menos difícil, a subida final torna-se abrupta e bastante cansativa. À nossa volta estende-se uma paisagem árida e infértil, repleta de pedras rolantes. Parece que subimos tanto que chegamos a Marte.

Chegar lá acima encerrou uma felicidade tão altiva como o penhasco. As vistas para os longos vales que se estendem mais abaixo são fantásticas e inesquecíveis! Curiosamente, no local encontramos dezenas de pessoas e muitas delas haveriam de ali passar a noite para assistir ao nascer do sol.

Devido a alguma impreparação e outras desatenções, estavamos no limite do tempo para regressarmos e descemos do pico apressados. O dia ia longo, a caminhada desgastante e o cansaço acumulado já fazia estragos. Depois de uma breve paragem no refúgio Carihuela seguiu-se uma longa descida até ao carro, com as pernas em modo automático.

Terminamos o dia já depois das 20h, com o sol a despedir-se no horizonte andaluz, e com cerca de 30km nas pernas (track). Mas ficam as boas memórias e a experiência fantástica de subir ao pico mais alto da Península Ibérica!

Artigo publicado em cruzilhadas.pt

 

 

Serra da Lousã. Nem todos os castelos tiveram a sorte de nascer num ambiente natural que parece saído de uma história de encantar. Serpenteando pela estrada, ao primeiro avistamento, percebemos que estamos a chegar a um sítio distinto. Parece um segredo de arte erguido pelo xisto e escondido pelas encostas abruptas das serranias envolventes.

Para além do regresso ao castelo (GCVN3W) e da icónica ermida da Sra. da Piedade no topo do penhasco, o nosso interesse desenrolava-se pela linha estreita (GC1Q3GM) do canal que traz a água até à mini-elétrica. Fizemos o percurso há cerca de nove anos atrás, mas ficamos tão impressionados com as vistas vertiginosas sobre o vale que o regresso era uma inevitabilidade. Juntamos mais algumas aldeias de xisto ao cardápio pedonal e ficamos com um percursos mais interessantes que se podem fazer por cá.

Saímos do castelo e seguimos o caminho até à mini-elétrica. A proeminência que se ganha sobre o castelo e a ermida é ótima para conseguir bons registos fotográficos. Depois, é sempre a descer até ao rio Arouce. A chegada ao edifício recuperado pode assustar os mais distraídos, mas o cão de vigia faz mais barulho do que ameaças reais. Estando no local vale a pena subir a escadaria de xisto e visitar a ermida que fica a meio da encosta entre o rio e a estrada.

Passando a ponte, o trilho serpenteia por três curvas quatro curvas até chegar ao final da levada, de onde a água segue por um tubo para a mini-elétrica. O aviso do perigo de queda deve ser levado a sério, mas basta algum cuidado para a caminhada pela levada se fazer sem problemas. O percurso é fantástico, tanto pela vegetação exuberante como pela presença constante da vertigem. Em alguns locais o precipício é mais imediato e parece desaparecer num vazio verde.

Ao chegarmos ao fim da primeira parte do percurso fizemos um atalho na aventura e aproveitei para subir a um penhasco próximo (GC5F4MW). Fomos depois dar uma voltinha rápida pela levada que vem da ribeira de outra encosta até ao terreiro onde havíamos estado há cerca de nove anos. Subimos depois a encosta numa longa caminhada até ao Candal. À medida que vamos subindo a vegetação torna-se talvez menos interessante e aparecem os primeiros exércitos de mimosas.

Antes de chegarmos ao Candal aproveitamos para visitar a bucólica cascata, descendo pelas escadas das leiras da encosta até ao ribeiro. No regresso, em pouco mais de nada estávamos na aldeia de xisto. Não sabemos como era antes, mas a recuperação parece ser excelente. Aproveitamos para almoçar e conhecer melhor a aldeia, pelas ruas ingrimes e estreitas, de casas alinhadas e aconchegadas entre si, como se fossem um rebanho abrigado do inverno.

Deixando o Candal para trás, seguimos o longo caminho pela encosta até à aldeia vizinha do Catarredor (GC212JY). O trilho vai serpenteando em pequenas subidas e descidas constantes, sendo por vezes um pouco técnico. Fiquei com curiosidade para regressar num contexto de ultra-trail. Já conhecíamos histórias de outros visitantes sobre a suposta comunidade que cultiva ervas aromáticas que fazem rir. De facto, alguns adereços alternativos nas casas conferem-lhe alguma distinção, mas acabamos por não conhecer qualquer habitante nem vimos outras suspeitas.

O percurso até à aldeia seguinte de Vaqueirinho também se fez sem problemas e de forma rápida. A aldeia é mais pequena e parece ter sido menos afortunada do que outras da região no que diz respeito à roleta das recuperações turísticas. Prosseguimos depois em direção ao Talasnal (GC166CQ), que talvez seja a mais famosa aldeia de xisto da região. É curioso notar a diferença do arvoredo entre esta zona, composto sobretudo por pinheiros, e a zona que fica cerca de duas centenas de metros mais abaixo, por onde passa o canal de água. Na chegada à estrada que desce para o Talasnal percebemos que era dia de feira na serra, tal era o trânsito no asfalto estreito. O Talasnal parece um cartão postal. Tudo está arranjado, bonito e no sítio. Ainda assim, enquanto saboreávamos uma bebida fresquinha com vista privilegiada sobre o vale num café a cheirar a turismo, desejei que as estradas nunca cheguem à “minha” Drave.

Iniciamos a descida de regresso ao castelo. Para além do interesse do percurso antigo pelo xisto, é ótimo ver o enquadramento do Talasnal no cimo da encosta, também com as casas alinhadas entre si numa linha que parece fitar o horizonte. Passando por um vasto mimosal, iniciámos depois a descida final. Faltava reencontrar a magnífica ermida da Sra. Da Piedade, posta em sossego contemplativo sobre o penhasco, e a zona envolvente. Foi um enorme prazer regressar a este trilho, revisitar alguns locais e conhecer outros. Tudo ali parece bem enquadrado numa natureza com sentido e de uma portugalidade secular.

O percurso de 20 km pode ser visto/descarregado aqui.

Artigo publicado em cruzilhadas.pt

Saturday, 27 July 2019 17:00

Cercanias da Freita

Nos preparativos para o aguardado Love Love Arouca, um pouco mais tarde do que o percurso merecia, fomos percorrer o Cercanias da Freita. A abordagem acabou por ser um pouco distinta, visto que contamos com a ajuda de um veículo todo o terreno. Chegados a Santa Maria do Monte, fizemos uma pequena paragem junto à singela capela e seguimos pelo caminho rural. Passando pelos campos cultivados, deixamos a aldeia para trás e entramos numa zona de floresta muito interessante.

Sempre rodeados pelo verde, fomos subindo a encosta até alcançarmos a Ameixieira. A aldeia parece ter ficado parada no século passado, fiel a uma tradição secular, onde as próprias casas parecem estar em equilíbrio com a natureza envolvente. A subida torna-se então mais ingrime e as vistas vão ganhando um domínio mais abrangente sobre o vale de Arouca. Mais acima, o percurso torna-se mais acidentado pelo que o veículo que seguia atrás teve alguns problemas. Porém, os obstáculos foram ultrapassados.

Na chegada aos fantásticos viveiros da Granja aproveitamos para uma paragem mais demorada. O espaço parece saído de um paraíso perdido do que seria a antiga floresta nacional. O local tem ainda mais um motivo de interesse, as Bolas Quartzodioríticas, cujo fenómeno geológico se assemelha a enormes cebolas que se vão descascando ao longo de milhões de anos. Apetecia ficar por ali mais tempo a apreciar a paisagem e os fenómenos, mas lá tivemos de investir para a recuperada aldeia de Chão-de-Espinho, um refúgio natural ideal para escapar ao bulício citadino.

Ganhamos depois vistas triunfais sobre os vales limítrofes e na aproximação de Povos passamos novamente por uma zona fantástica de floresta. Deixando a aldeia para trás, retomamos um caminho rural que nos levou por campos bucólicos. Em menos de nada estávamos de novo nas ruas apertadas de Santa Maria do Monte, satisfeitíssimos pela realização de mais um percurso nestas montanhas mágicas. Cada regresso é uma oportunidade para desvendar mais segredos da Natureza e espreitar para um Portugal primevo, onde estão descritas a linhas de quem fomos e de quem haveremos de ser.

Artigo publicado em cruzilhadas.pt

 

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